Durante este ano de 2022, como já aqui partilhámos, o Instituto Social Cristão Pina Ferraz está a celebrar os seus 70 anos de história. A assinalar as referidas comemorações decorrerão várias iniciativas ao longo de todo o ano. A terceira dessas iniciativas decorreu no dia 6 de maio, com a realização do colóquio «Raças Autóctones: Um Património a Preservar», na Herdade de Campo Frio, em Salvador, propriedade da Fundação Pina Ferraz.
A realização deste colóquio teve como propósito valorizar as raças autóctones da Beira Baixa: ovina (Merino da Beira Baixa e Churra do Campo), caprina (Charnequeira) e suína (Bísaro Beiroa), enquanto património genético animal de relevância indiscutível, mas também enquanto meio de rentabilidade das explorações agrícolas, génese de produtos de qualidade e valor económico acrescentado, veículo de fixação de populações no espaço rural e ainda de proteção da biodiversidade e do ambiente por via dos sistemas de produção utilizados. A iniciativa contou com testemunhos de Dr. António Henriques, Administrador Executivo da Fundação Pina Ferraz, Eng.º Ricardo Estrela, Presidente da Ovibeira, Eng.º Fernando Martins, Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Centro, e dos Secretários Técnicos das Raças Churra do Campo (Eng.º Carlos Andrade), Caprina Charnequeira e Merino da Beira Baixa (Eng.º Pedro Cardoso).

No âmbito das comemorações dos 70 anos do Instituto Social Cristão Pina Ferraz decorreu, na tarde do dia 8 de abril, o colóquio «Floresta (com) vida».

A abertura e moderação do mesmo esteve a cargo de António Henriques, Administrador Executivo do Instituto Social Cristão Pina Ferraz que, dadas as boas-vindas aos presentes, destacou a «pegada florestal» da nossa Fundação, mapeando o seu património florestal, enquanto frisou que a sustentabilidade da atividade social depende, também, da aposta na exploração florestal das propriedades de que o Instituto dispõe.

Depois, em representação da AFLOBEI, tomou a palavra a Engenheira Susana Mestre que apresentou a ação da dita associação, destacando os projetos de investimento agroflorestal executados pela mesma. A seguir, foi tempo de ouvir o Engenheiro Hugo Joia, em representação da OPAFLOR, que evidenciou as principais áreas de intervenção da referida associação.

Logo depois, os presentes puderam ouvir o Dr. Nuno Neto, diretor de Património e Produção Florestal da Navigator, parceira do Instituto, que começou por felicitar esta instituição pelos seus 70 anos. Em seguida, apresentou alguns dos programas geridos pela empresa e frisou a grande pressão que as necessidades de proteção ambiental, atualmente, impõem à área. Já enquanto principais problemas com que a área florestal se confronta, identificou o excesso de dispositivos legais que a regulamentam, a falta de escala e cadastro das propriedades e o abandono e degradação da floresta, responsável, em grande medida, pelo flagelo dos incêndios. Com relação à situação específica da floresta no concelho de Penamacor, frisou que a não é alheia à evolução demográfica deste território, marcada pelo envelhecimento da população e abandono progressivo dos campos e da atividade agrícola de subsistência.

A finalizar, sistematizou uma série de oportunidades que o país apresenta em matéria de exploração florestal, elencou os principais desafios que se lhe colocam e sugeriu algumas medidas que poderão atenuar as dificuldades sentidas.

Por fim, os participantes puderam escutar o Engenheiro João Paulo Catarino, Secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas que iniciou a sua comunicação, por expressar a sua gratidão pelo trabalho social desenvolvido pelo Instituto Social Cristão Pina Ferraz ao longo de 70 anos.

Em seguida, apresentou um panorama geral sobre a temática em causa, frisou as recentes iniciativas do governo e, em particular, da Secretaria de Estado que coordena, no sentido de ultrapassar as principais dificuldades identificadas não só pelos grupos de trabalho constituídos para o efeito, mas também pelos profissionais que trabalham na área, destacando, ainda, os instrumentos financeiros que, neste momento, estão disponíveis.

Findas as apresentações, houve ainda espaço para debate e troca de ideias.

Nas suas palavras finais, António Henriques deixou uma mensagem galvanizadora, pondo em evidência todo o trabalho que há a fazer neste campo, desejando que, desta tarde de partilha, todos pudessem ter saído com mais ferramentas de trabalho, exortando os presentes a apostar na criação de ferramentas mais ágeis, simples e mobilizadoras.

Esta tarde, terminou com um lanche, em que reinaram, sobretudo, os produtos com a chancela Pina Ferraz.

Com o propósito de assinalar os seus 70 anos de história, o Instituto Social Cristão Pina Ferraz promoverá, ao longo de todo este ano, um conjunto de iniciativas que pretendem celebrar o passado, assinalar o presente e projetar o futuro. A primeira decorreu no dia 8 de março, com a organização do colóquio «A Mulher Beirã». Moderado por Sílvia Mendonça, diretora técnica do Instituto Social Cristão Pina Ferraz, contou com duas oradoras convidadas: Ana Abrunhosa, doutorada em Economia, docente universitária, ex-presidente da CCDRC e ministra da Coesão Territorial; e Maria João Cunha, mestre em Ciências da Educação, coautora de instrumentos pedagógicos na área da Cidadania e Igualdade de Género e autora do estudo «Carlota e Francisco de Pina Ferraz: a vida, o sonho, a obra».
Na primeira intervenção da tarde, sob o tema: “Carlota Pina Ferraz: Olhos de veem, coração que sente”, Maria João Cunha, surpreendeu e inspirou os presentes, com a transversalidade da intervenção social da benemérita da Fundação, com a força humanista e de reforma social que imprimiu aos seus atos e decisões e reforçando que só a sua tenacidade possibilitou o nascimento do Instituto e da missão social que desenvolve. Na visita guiada à vida e obra de D. Carlota os presentes, para além de ficarem a conhecer melhor aquela que a autora designou como a “figura feminina de excelência do século XX“, emocionaram-se com a sua determinação e exemplo no combate à desigualdade social e de oportunidades. A identidade de uma organização, constrói-se com a valorização e conhecimento da sua história e a Vida, Sonho e Obra da família Pina Ferraz, já passou a constituir uma peça fundamental da construção identitária do Instituto Social Cristão Pina Ferraz, como destacou a sua diretora técnica, Silvia Mendonça.
Na segunda intervenção, Ana Abrunhosa, referiu que, apesar de toda a evolução histórica do papel da mulher na sociedade portuguesa, continua a haver caminho para andar. Destacou o importante contributo que a mulher empresta aos diversos setores em que passou a ter representatividade. Demonstrou-se sensível ao equilíbrio, nem sempre fácil, entre o papel profissional e familiar da mulher, assim como, à vulnerabilidade feminina no que à violência de género se refere. Incentivou a participação ativa da mulher na sociedade e elogiou o valor de exemplos de humanismo como o da Benemérita da Fundação Pina Ferraz quem, sensível aos muitos problemas sociais e à pobreza que a rodeava, se inquietou e, saindo de uma posição de conforto que a sua condição social lhe oferecia, foi perseverante, produziu mudança e deixou a sua referência. Assim devemos ser todos, homens e mulheres, inquietos e interventivos, com humanidade, fazendo de cada dia um dia de contributo.
Findas as intervenções das oradoras, e na presença de meia centena de convidados que se associaram a este dia de comemoração, um grupo de jovens acolhidas no Instituto Pina Ferraz declamou alguns trechos evocativos da memória de Carlota Pina Ferraz, promovendo uma revisitação do seu percurso. As palavras de encerramento ficaram a cargo do Sr. P.e Joaquim Martins, presidente do Conselho de Administração do Instituto Social Cristão Pina Ferraz.

Nota: créditos das fotografias – Município de Penamacor, João Cunha e Sofia Afonso.
Ecos na imprensa, através dos links:
INSTITUTO EVOCA CARLOTA PINA FERRAZ, Rádio Cova da Beira (rcb-radiocovadabeira.pt)

Facebook (Beira Baixa TV)

No próximo dia 7 de março de 2022 assinalam-se 70 anos de existência da Fundação Instituto Social Cristão Pina Ferraz, cuja constituição remonta a 7 de março de 1952, com publicação no Diário do Governo (II Série, n.º 61 de 12 de março de 1952), onde é reconhecida como Fundação de Utilidade Pública.
Decorridas sete décadas de intervenção concelhia, distrital e nacional, recentemente expandidas até à Guiné-Bissau; depois de sete décadas de trabalho em prol da comunidade, do desenvolvimento humano, social e económico do concelho e em defesa dos direitos das crianças e jovens, é chegado o momento de prestar testemunho e assinalar sete gerações de entrega.
A efeméride comemorativa dos 70 anos integra 7 testemunhos e 7 gerações, que se apresentam num ciclo de colóquios, referentes às diversas áreas de intervenção da Fundação Pina Ferraz, destinados à comunidade, parceiros e congéneres; ao qual se juntam atividades mensais destinadas às crianças e jovens da nossa Resposta Social – Lar Francisco de Pina.

No passado dia 11 de novembro, os colaboradores do Instituto Social Cristão Pina Ferraz foram desafiados a participar na apanha da azeitona, num olival pertença da instituição, nas imediações da quinta da Devesa. Acudindo ao desafio, acorreram à hora marcada, com o propósito de prestar o seu contributo e, ainda, viver um dia que se quis, essencialmente, de convívio, partilha e confraternização. Sabemos que as tarefas agrícolas são ótimos exemplos de trabalho em equipa e cooperação e, nesse sentido, esta atividade poderá ser perspetivada também enquanto oportunidade para aperfeiçoar competências no âmbito da coesão. O almoço, mantendo as tradições de outros tempos, decorreu no campo, aproveitando o ótimo tempo com que, neste dia, fomos bafejados. No final do dia, e com o sol já a ameaçar esconder-se, em pleno dia de São Martinho, como não poderia deixar de ser, partilhámos umas castanhas.